Escondo palavras através do olhar. Não sou fácil, só tente não desistir [...]

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Não sou difícil, só tente me ler direito, com a alma aberta. Escondo palavras através do olhar. Não sou fácil, só tente não desistir. Entenda que eu gosto do exagero. Não quero razões lógicas, quero a emoção dando tapas na cara e puxões de cabelo. Eu vivo para isso, quero sentir tudo. Preciso que você saiba que às vezes falo uma coisa querendo dizer outra. Entendo pedidos de desculpas. E os aceito de peito aberto. Só queria que, ao menos uma vez, você saísse da linha e gritasse meu nome em algum microfone de supermercado. Que escrevesse com tinta rosa na minha calçada eu-te-amo-amor-meu. Depois de uma discussão boba e desculpas mornas, algum gesto inesperado: serenata desafinada, cartazes pelo corredor, flores do prédio ao lado, nossas roupas rasgadas e espalhadas pela sala. E agora você me pergunta com a cara mais incrédula do planeta se não seria mais simples falar de vez o que sente, em vez de ficar com desejos enlatados e engasgados. Entenda que o meu amor transborda. Justifico dizendo que sou mulher, isso explica tudo. A gente gosta da última cena do filme Pretty Woman: Richard Gere subindo as escadas com o apoio de um guarda-chuva. Flores na mão. Um homem fantasiado de príncipe moderno, com direito a motorista. Descubro: toda mulher quer um dia assim para se sentir princesa. Pelo menos uma vez na vida.

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