Moço, vê se me entende, eu nunca tive muita sorte no amor [...]
Aquele homem é o meu presente...
Moço, vê se me entende, eu nunca tive muita sorte no amor. Não, não é exagero. Sempre quando eu estava começando a acreditar que tinha chegado a minha hora, puff... Dava de cara no chão. Nossa, seu moço, eu já sofri demais. Já passei muitas noites em claro, chorando por alguém que nunca foi capaz de olhar para mim e reconhecer as qualidades existentes. Já acreditei em tantas promessas que foram ditas da boca para a fora, mas que, no discurso perfeito, pareciam carregar as melhores das intenções. Moço, parafraseando Paulo Leminski, do amor, eu conheço, mesmo, os sintomas e hematomas. E como...
Mas moço, vou te contar uma coisa, apesar de tudo, a vida é boa demais da conta. Está vendo aquele homem sentado ali naquela cadeira? Pois é, ele é a prova de que o universo brinca com a gente e gosta de surpreender. Eu já tinha colocado o foco para outras questões, sabe? Já tinha dito para mim mesma que esse negócio de se apaixonar e ser feliz ao mesmo tempo, não era para mim. Já tinha aprendido bem aquilo de aprender a ser feliz sozinha para depois ser com alguém, mas eliminei esse alguém. Achei melhor não existir mais ninguém para que não pudesse estragar, mais uma vez, tudo por aqui. Afinal, estava tudo tão bem e tão bom. Mas moço, achar que controlamos 100% dos rumos que nossa vida toma é pura ilusão.
Aquele homem chegou de mansinho e foi feito um furacão. Desestabilizou-me e me manteve na mais perfeita ordem ao mesmo tempo. Sim, ele consegue ser o melhor paradoxo de se viver. Moço, eu pude, finalmente, livrar-me dos traumas das relações passadas porque cruzei desse percurso meio louco, com alguém de caráter, com um homem de verdade. Agora eu perdi o medo e me entreguei, de vez. Agora eu sei o que é ser amada e respeitada por outra pessoa. Agora eu sinto a sensação de me olhar no espelho, me achar maravilhosa e não ter alguém ao meu lado querendo mudar essa ideia. Pelo contrário, agora tenho alguém que me reforça isso.
Moço, eu encontrei o melhor complemento. Eu recebo os melhores beijos, carinhos, cuidado, aconchego. Não, moço, não pense que ele é perfeito. Longe disso. Aquele homem carrega um montão de defeitos, alguns até me tiram do sério vez ou outra, não nego. Mas o bem que ele me faz, é mais forte. E a gente vai vivendo, sabe seu moço? Trocando ensinamentos, exercitando as lições e dando muito amor. Vivemos dias nublados, sim. Mas os ensolarados têm sido mais constantes. Aliás, um simples “bom dia”, quando longe e um sorriso, quando perto, daquele homem, faz tudo virar sol aqui dentro. Se aquele homem um dia resolver sair da minha vida, me deixará as melhores lembranças e a certeza de que sempre existe alguém que vale a pena a gente se entregar. E enquanto ele permanece por aqui, eu digo: é esse homem que eu quero comigo.
Escrito por Ana Luiza Santana
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